ELEIÇÕES

Passado as eleições chega a altura de analisar o porquê destes resultados, mas não sem antes afirmar o seguinte:
-Constato que a maioria dos portugueses, após 35 anos do 25 de Abril de 1974, não aprenderam nada, ou muito pouco, com a democracia então instaurada, consentindo que pouco a pouco se instale o poder do dinheiro e se perca novamente a qualidade de vida, porque socialmente estamos a regredir de forma assustadora!

Estes resultados continuam a reflectir a forma como a maioria das pessoas votam e a mentalidade das mesmas, especialmente fora dos grandes centros, mas também nestes, onde assistimos ao circo mediático montado por estes políticos, a gastarem os nossos milhões, que nestas alturas aparecem ao pé do povo, e assistimos à histeria e fundamentalismo sem memória passada. Este fenómeno acontece e passa por as pessoas há muitos anos terem eleito um determinado partido como seu, como elegeram o seu clube ou a sua cor - Eu sou do X por isso voto X -.
Reparei que todos os vencedores proclamaram de forma veemente as suas vitórias. Não ouvi nenhum falar na abstenção, que na sua maioria variou entre os 30 e os 40%, chegando em alguns casos a ultrapassar os 50%, registando a nível nacional um valor médio superior a 40%, facto que considero gravíssimo, que deveria ser objecto de reflexão, mas que para eles não convém realçar.
Esta abstenção é uma força muito importante de pessoas que não acreditam no sistema nem nos partidos que o constituem.
Encerro desta forma o tema, passando desde já a dar a minha opinião sobre o porquê desta mentalidade desprendida da realidade:
- Os média têm tido, ao longo dos anos, muita influência na educação das pessoas, no mau sentido. Vejamos o filão descoberto das telenovelas portuguesas, motor principal do embrutecimento popular, e a exploração desenfreada do sórdido - Big Brother - reality shows e outros e reparamos no nível de audiências que alimentam esta indústria. Existindo também o equivalente na imprensa escrita, destacando-se as revistas especializadas nessas matérias.
Os canais educativos e informativos ficam muito aquém nos resultados de audiências. Temos o exemplo do canal público RTP2, que tenta cumprir a sua função, informando e apresentando programas educativos, com discussão séria das matérias apresentadas por especialistas, séries de qualidade e muito pouca publicidade, e o resultado é que é o menos visto dos canais públicos, já para não falar nos canais por cabo.
Isto reflecte o nível cultural de um país, com especial culpa para os seus governantes e para os média em geral, que são controlados e manipulados evidentemente pelo poder do dinheiro e do lucro fácil, a quem convém este tipo de situação.
Não tenho nada contra quem investe e espera obter o lucro devido do seu investimento, tenho sim contra quem se aproveita da situação económica e política para explorar a seu belo prazer, sem consideração pelas pessoas, as quais tratam como peças descartáveis - Veja-se como proliferam as empresas de trabalho temporário, sinónimo da fuga de responsabilidade de muitas empresas, que despedem, abrem falência e depois iniciam o mesmo negócio com outro nome com recurso a empregados temporários, sobre os quais estão desresponsabilizados.
TEMOS DE CRESCER COMO POVO!

Comentários

Mensagens populares